sexta-feira, abril 30, 2010


Os instrumentos de detecção dos satélites artificiais que giram sobre a Terra indicam que os gases de efeito de estufa continuam a aprisionar cada vez mais energia solar, ou calor, desde 2003. Cientistas do Centro Nacional para Pesquisa Atmosférica (NCAR), nos Estados Unidos, reconhecem que esses e outros instrumentos de observação disponíveis hoje em dia para pesquisas não conseguem explicar para onde vai quase a metade desse calor que se acredita está se acumulando no planeta. Isso leva a duas possibilidades: ou as observações dos satélites estão erradas ou grandes quantidades de calor estão indo para regiões que ainda não são adequadamente monitoradas e medidas, como as partes mais profundas dos oceanos.

Para agravar o problema, as temperaturas da superfície da Terra apresentaram forte estabilização nos últimos anos. Porém, o derretimento das geleiras e do gelo do Ártico e a elevação dos níveis do mar indicam que o calor continua tendo efeitos profundos no planeta. Para o pessoal do NCAR, os sensores de satélites, boias oceânicas e outros instrumentos são inadequados para rastrear o calor “perdido”, que pode estar se acumulando, além dos oceanos, em qualquer outro lugar do sistema climático. Kevin Trenberth, um dos autores de um artigo da revista Science, traduzido e publicado no Brasil pelo site Inovação Tecnológica, afirma que o calor vai voltar a nos assombrar mais cedo ou mais tarde.

Kevin Trenberth garante que o alívio que nós tivemos na elevação das temperaturas nos últimos anos não vai continuar. Por isso, é fundamental rastrear o acúmulo de energia em nosso sistema climático para que possamos entender o que está acontecendo e prever o clima futuro. Trenberth e um colega, John Fasullo, sugerem que o início rápido dos efeitos do El Niño, em 2009, pode ser uma maneira em que a energia “perdida” tem reaparecido. O El Niño é o evento periódico marcado pela elevação da temperatura superficial do Oceano Pacífico tropical, com efeitos muito sentidos no Brasil nos últimos meses. Outra fonte de informação, mas agindo no sentido oposto, são os invernos inesperadamente frios nos Estados Unidos, Europa e Ásia, que têm marcado os últimos anos e que as previsões indicam deverão perdurar no futuro.

Para Kevin Trenberth e John Fasullo é fundamental a ciência medir melhor o fluxo de energia através do sistema climático da Terra. Qualquer plano de geoengenharia que queira alterar artificialmente o clima do mundo para combater o aquecimento global pode ter consequências inesperadas. E os dois advertem: rastrear a quantidade crescente de calor na Terra é muito mais complicado do que medir as temperaturas na superfície do planeta. Os oceanos absorvem cerca de 90 por cento da energia solar capturada pelos gases de efeito estufa. O restante se divide entre as geleiras, os mares congelados, a superfície não coberta pelo mar e a atmosfera, ou seja, somente uma pequena fração do calor capturado aquece o ar da atmosfera.

publicado por André Lazaroni em 30.4.10 |



quinta-feira, abril 29, 2010


Ontem, dia 28 de abril, foi o Dia da Caatinga. Poucos brasileiros conhecem a história, a dimensão e a importância desse bioma que abrange 10 estados e abriga uma população de mais de 13 milhões de pessoas. Se não nos sobrassem motivos para que lutemos pela recuperação e plena manutenção da Caatinga, há um fato por demais significativo: ela é o único bioma exclusivamente brasileiro. Infelizmente, só tem, hoje, metade de sua cobertura vegetal original. Estudos do governo federal indicam que, em 2008, a vegetação remanescente da área era de apenas 53,62%. O monitoramento do desmatamento no bioma, realizado entre 2002 e 2008, revela que, naquele período, o território devastado chegou à marca dos 16.576 km2, o equivalente a 2% de toda a área.

A taxa anual média de desmate na mesma época ficou em torno de 0,33% (2.763 km²). O índice é considerado alto por especialistas e técnicos do MMA, pois a região figura como a mais vulnerável aos efeitos das mudanças climáticas, com forte tendência à desertificação. De acordo com os dados do monitoramento, a principal causa da destruição da Caatinga é a extração da mata nativa para ser convertida em lenha e carvão vegetal. O combustível é destinado principalmente aos pólos gesseiro e cerâmico do Nordeste e ao setor siderúrgico de Minas Gerais e do Espírito Santo. A economia do carvão vem apresentando crescente demanda, fator que leva a níveis de desmatamento só comparáveis aos da Amazônia em seus momentos de pico, quando os programas de redução começaram a ser implementados.

Com uma área total de 826.411 km², a Caatinga ocupa cerca de 11% do país e está presente nos estados da Bahia, Ceará, Piauí, Pernambuco, Paraíba, Maranhão, Alagoas, Sergipe, Rio Grande do Norte e Minas Gerais. Os dois primeiros desmataram, sozinhos, a metade do índice registrado em todos os outros estados. Em terceiro e quarto lugar estão o Piauí e Pernambuco. O estado de Alagoas possui atualmente apenas 10.673 km² dos 13.000 km² da área original. Os municípios que mais desmataram foram: Acopiara(CE), Tauá(CE), Bom Jesus da Lapa(BA), Campo Formoso (BA), Boa Viagem(CE), Tucano(BA), Mucugê(BA) e Serra Talhada(PE).

publicado por André Lazaroni em 29.4.10 |



quarta-feira, abril 28, 2010


Recebi da presidente do Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, Sônia Fonseca, uma carta que faz referência à minha ação parlamentar e ao trabalho da Comissão de Defesa do Meio Ambiente (CDMA), da Alerj, que tenho a honra de presidir, em recente vistoria no Zoonit que resultou em parecer desfavorável sobre o que presenciamos e constatamos no local. Diz a carta da prezada dirigente do Fórum, que é mais uma homenagem à equipe que trabalha com muito empenho na CDMA:

“Prezado Deputado André Lazaroni. Entre os muitos e diversos temas que preocupam os defensores dos animais encontram-se os zoológicos, onde animais que perdem seus habitats passam a viver em confinamento para exposição e visitação pública. No Brasil todo, são raros os zoológicos que dispõem de espaço e condições para recintagem ideal. Mesmo assim, aqueles considerados “modelos”, ficam muito aquém do desejável pois, via de regra, existem os animais excedentes, geralmente muito numerosos, que por falta de meios, ficam relegados aos “bastidores”, em situação deplorável e onde o público não tem acesso.

Tivemos informação recente de que V. Excia. voltou sua atenção para o Zoonit, tendo lá feito uma vistoria da qual resultou parecer desfavorável sobre as condições dos animais mantidos naquele local. Coincidentemente, há tempos ouvimos comentários semelhantes. Fala-se que o Zoonit é mantido por uma pessoa bem intencionada, que se esforça muito pelo bem-estar de seus animais, mas que, infelizmente, está longe de chegar ao desejável.

Pelo exposto, as ONGs ambientalistas e de proteção animal brasileiras, congregadas no Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal, que eu represento, vêm expressar seu agradecimento pelo interesse que V. Excia. está devotando a esta causa, bem como sua expectativa de que o nobre Deputado irá encontrar uma solução justa para a problemática situação do Zoológico de Niterói. Manifestando estima e consideração, Sônia Fonseca. Presidente”

publicado por André Lazaroni em 28.4.10 |



terça-feira, abril 27, 2010


O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, reafirmou, em Nova York, uma advertência: a malária continua sendo responsável pela morte de quase 500 mil pessoas por ano no mundo . Segundo ele, pelo menos 3 bilhões e 300 milhões de pessoas – a metade da população mundial – vivem em situação de risco por causa da doença. A cada ano cerca de 250 milhões novos de casos de malária são registrados. Em geral, os mais vulneráveis à doença vivem em países pobres ou em desenvolvimento. Palavras de Ban Ki-moon: “o desafio agora é garantir que todos os que são expostos à malária recebam o diagnóstico de qualidade garantida e tratamento. Os avanços dos últimos anos mostram que a malária pode ser vencida”.

Mas os resultados obtidos até hoje ainda estão muito aquém do que é exigido. Desde 2003, os compromissos internacionais de controle da malária cresceram mais de cinco vezes, elevando os investimentos no combate e controle da doença em um total de 1 bilhão e 700 milhões de dólares apenas em 2009. A Organização Mundial da Saúde proclamou o 25 de abril como Dia Mundial de Combate à Malária. E no dia, foi constatado que há uma forma de parasita resistente que é frequente na região fronteiriça entre o Camboja e a Tailândia. De acordo com a OMS, esse transmissor pode prejudicar as atividades de controle da doença. A recomendação é utilizar uma combinação à base de artemisinina terapias (ACT).

A cada 30 segundos, uma criança africana morre de malária. O número triste e impressionante evidencia a forma inclemente como a África é atingida pela doença, que também permanece endêmica em países da Ásia e da América Latina, inclusive o Brasil. Apenas em 2009, 306 mil casos foram registrados em nosso país, quase a totalidade na Região Amazônica. O chefe do Laboratório de Pesquisas em Malária do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), Claudio Tadeu Daniel-Ribeiro afirma que a malária coloca desafios globais, como a resistência a medicamentos, e no Brasil apresenta desafios locais para o controle. Apenas 20 dos 807 municípios amazônicos concentram nada menos que 50% dos casos do país. Em artigo que será publicado no Malaria Journal, o especialista destaca que, do ponto de vista da evolução histórica, houve uma importante redução dos casos no Brasil.

Nos anos de 1940 eram mais de 6 milhões por ano. Nos idos de 1960, os números foram os mais baixos já registrados. O incremento da ocupação humana da região amazônica explica o aumento progressivo do número dos casos desde os anos 1970. No que depende da presença do mosquito vetor, o Brasil poderia vivenciar um quadro muito pior, já que o Anopheles darlingi está presente em quase 80% do território brasileiro. Como contraponto, a circulação do parasito causador da doença é territorialmente bem delimitada, com 99,8% dos casos localizados na região da Bacia do Amazonas. Em relação ao agente causador da malária, predomina o parasito Plasmodium vivax (83,7% dos casos registrados em 2009), enquanto o Plasmodium falciparum, o mais associado a casos de malária grave, respondeu por 16,3%.

O artigo, que também é assinado por outros quatro especialistas do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec/Fiocruz), Fundação de Medicina Tropical do Amazonas e Universidade de Brasília, além do coordenador do Programa Nacional de Controle da Malária, José Lázaro de Brito Ladislau, ressalta aspectos recentes que têm chamado atenção dos malariologistas brasileiros. No conjunto, os avanços do Brasil no combate à malária sobrepujam os revezes. O número de internações despencou de 53.450 em 1994 para 18.037 em 2000 e 4.442 em 2009. Os óbitos atribuídos à doença caíram ainda mais – de 897 em 1984 para 58 em 2009 –, resultando na taxa de mortalidade mais baixa registrada até hoje – de 0,038% em 2000 para 0,013% em 2009.

Segundo Claudio Tadeu Daniel-Ribeiro o Brasil tem um programa exemplar, com uma rede gratuita que visa diagnosticar e tratar precoce e adequadamente a malária, o que é diferente da realidade africana, por exemplo. Na equação de um difícil contexto de controle na região endêmica e de novos e intrigantes fatos verificados na rotina de vigilância da doença, ele defende o investimento em ciência associada à medicina. Diz ele: “a malária é uma doença de áreas silvestres. No nosso caso, foi o homem que entrou na casa do mosquito, o que dificulta as ações. A saída provavelmente reside na manutenção das ações de controle de forma permanente e continuada, combinada com o investimento que possa desembocar na produção de novos insumos para a saúde e o desenvolvimento de uma vacina, o que poderia modificar radicalmente o cenário de controle da doença no Brasil e no mundo”.

publicado por André Lazaroni em 27.4.10 |



segunda-feira, abril 26, 2010

O jornal espanhol El País publicou uma excelente reportagem, assinada por Manuel Gómez Blanco, garantindo que a chegada do carro elétrico obrigará o motorista a mudar a forma de dirigir e de circular nas cidades e afetará outros aspectos da vida cotidiana. Nos primeiros tempos, surgirão muitos inconvenientes com a limitada autonomia do veículo. Mas isso nos ensinará a aproveitar a energia de forma mais eficiente. O automóvel dará todo tipo de informação, desde o melhor trajeto até os postos de recarga livres ou a autonomia, e chamará o guincho ou a ambulância de forma automática em caso de acidente.

O repórter do El País vai informando: a gestão inteligente da eletricidade das baterias também trará benefícios econômicos. E haverá novas alternativas para usar o automóvel sem comprá-lo. É bem provável que antes de 2015, ao levantar pela manhã e ligar o carro, o motorista receba uma mensagem indicando que as baterias estão carregadas. “Se quiser ar condicionado, escolha a temperatura” – será outra informação. Enquanto ele toma o banho ou faz a refeição matinal, o carro ligará o ar condicionado, usando a eletricidade da casa ou do poste de energia da rua para não gastar bateria ao preparar o interior do veículo.

Vá estimulando o seu ânimo, meu amigo. Não demora muito e você vai ter um carro elétrico. A autonomia limitada do veículo exigirá dirigir com mais suavidade, aproveitar a inércia e evitar acelerações e freadas bruscas. Você deverá escolher os trajetos mais curtos e não abusar de acessórios como o ar condicionado: ele pode reduzir em 10% a autonomia em dias quentes. Como as recargas serão muito mais lentas do que nos postos de gasolina atuais, será necessário prevê-las, porque elas levarão mais tempo. Se as previsões dos fabricantes forem cumpridas e os primeiros carros elétricos à venda oferecerem de 130 a 180 quilômetros de autonomia, eles poderão suprir essas necessidades com folga, exceto em situações excepcionais.

Manuel Gómez Blanco revela mais na reportagem do El País: a comunicação entre o carro elétrico e o motorista será habitual e acontecerá via telefone celular ou navegador. Um exemplo: se a distância prevista para o dia superar a autonomia disponível, bastará programar um destino intermediário no GPS e ele mostrará os postos de recarga livres próximos. Ao estacionar, o posto reconhecerá a reserva e só então iniciará a recarga. O valor poderá ser pago com cartão de crédito, na conta de luz e telefone, ou com cartões pré-pagos dos fabricantes e outras companhias. Certamente a concorrência dará mais descontos, tarifas especiais de acordo com o horário e programas de fidelização, como existem hoje nas companhias aéreas.

publicado por André Lazaroni em 26.4.10 |



sábado, abril 24, 2010


Privilégio dos brasilienses, que estão comemorando os 50 anos da capital federal. Duas centenas de tecnologias poderão ser conhecidas por eles durante o Ciência para a vida, evento promovido pela Embrapa que será realizado em sua sede nacional, de 24 de abril a 2 de maio, diariamente, das 9h às 21h, inclusive nos finais de semana. A exposição terá este tema: “Pesquisa agropecuária alimentando um mundo melhor”. Mais de 60 mil pessoas são esperadas no evento. Cerca de 25 mil já confirmaram presença: são grupos de estudantes de 1º e 2º graus de escolas do Distrito Federal e do entorno que terão atenção especial por parte do pessoal da Embrapa e saberão como as pesquisas científicas estão revolucionando o campo.
Os visitantes também ficarão com uma certeza: quem faz as escolhas e decide onde começa e termina o trabalho da Embrapa é a sociedade. O Ciência para a vida vai mais uma vez aproximar pessoas da pesquisa e da tecnologia agropecuárias, criar oportunidades de negócios, promover o conhecimento e divulgar as inovações que estão tornando a vida no campo e na cidade mais saudável. Neste ano, a exposição, além de mostrar o resultado da pesquisa agropecuária presente no nosso dia a dia, vai homenagear os 150 anos do Ministério da Agricultura, comemorar os 50 anos de Brasília e oferecer atrações, encontros e debates para a assistência presente ver e comentar.
Com a Embrapa houve um avanço da ciência na área da nutrição que transformou o ato de comer em uma ferramenta poderosa na promoção da saúde. A nutrição adequada é capaz de diminuir o estresse, ansiedade e irritabilidade, além de facilitar o controle de peso e do humor. Ela também auxilia no combate a doenças, potencializa o desenvolvimento físico e cognitivo de crianças e adolescentes, contribui para uma gestação plena e saudável e lida com as alterações naturais do envelhecimento. A cada dia temos mais alimentos. São carnes, frutas, ovos, legumes, arroz e feijão o ano inteiro. E o melhor: mais nutritivos, mais baratos e que causam menos impacto ao meio ambiente.
Fiquemos com esta certeza: o cardápio que chega à mesa dos brasileiros todos os dias tem mesmo um ingrediente essencial: muita pesquisa agropecuária.

publicado por André Lazaroni em 24.4.10 |



sexta-feira, abril 23, 2010


Ao contrário do que diz a antiga marchinha de carnaval, índio não quer apito. Índio quer elaborar um projeto de redução de carbono para ter dinheiro para o desenvolvimento sustentável das terras onde vive. Eles são os suruís, etnia indígena da Amazônia que detêm a posse da reserva 7 de Setembro, na divisa entre Rondônia e Mato Grosso. Os suruís querem receber recursos para manter a floresta de pé e garantir o futuro de seus descendentes. Os indígenas mantêm 243 mil hectares de sua reserva homologada em 1983. O propósito, já do conhecimento da Funai, é o de que eles evitem o desmatamento dentro da área e, em troca, tenham garantidos recursos oriundos da não-emissão de CO2 na atmosfera.

Técnicos do Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (Idesan) fazem um estudo do estado de degradação da área e de como ela poderia ser recuperada a partir da adoção de atividades seguras, para mensurar quanto carbono deixará de ser emitido pelos suruís. Em junho o trabalho estará concluído, para aplicação em setembro. Desde 1969, quando entrou em contato com o homem branco, o suruí, sua aldeia e suas terras entraram num processo contínuo de decadência. A população caiu de 5 mil habitantes para a apenas 250. Nas três décadas seguintes, doenças e conflitos com madeireiros ilegais quase dizimaram o povo suruí. Agora, eles lutam pela sobrevivência com o recurso moderno do desenvolvimento sustentável. Que vençam!

publicado por André Lazaroni em 23.4.10 |



quinta-feira, abril 22, 2010


Bom dia, Terra! Vamos cumprimentar o nosso querido e sofrido planeta pelo dia de hoje? Hoje é o Dia da Terra, gente! Ela, a Gaia Mãe, é a única grande casa que temos. Não podemos perdê-la de jeito nenhum. Se isso acontecer, perecemos todos. Nós e os nossos descendentes. Como essa data apareceu? Ele, o Dia da Terra, foi criado em 1970 pelo senador norte-americano Gaylord Nelson, no primeiro protesto organizado contra a poluição.
Somos 6 bilhões de “moradores”, com expectativa média de vida de 65 anos. A nossa Terra vive mais: está, hoje, segundo os cientistas, em tornos dos 4 bilhões e 500 milhões de anos. Mas... essa vida esta ameaçada por tanta coisa ruim que fazemos. A nossa Mãe Maior é o terceiro planeta do Sistema Solar, com um único satélite natural, a Lua. A grande luta, hoje, é para mantermos o planeta equilibrado sem acabar com os recursos naturais, fundamentais à vida.

publicado por André Lazaroni em 22.4.10 |




A tragédia ambiental que se abateu sobre o Rio de Janeiro, há poucas semanas, ofuscou um pouco, como era de se esperar, a campanha da cidadania carioca e fluminense pela defesa dos nossos recursos, na divisão dos royalties do petróleo extraído da Bacia de Campos. Mas o entusiasmo cívico está de volta! O meio ambiente é o setor mais ameaçado pela emenda Ibsen, que agora vai para o Senado federal. A propósito disso, coloquei em meu site uma enquete.

Vou manter a pergunta com as opções por mais algum tempo, a fim de que cariocas e fluminenses continuem opinando e mantendo viva essa campanha que há de ser vitoriosa. O resultado parcial expressa o pensamento de uma sociedade organizada e ciosa de seus direitos e deveres. Leiam. Esta é a pergunta: quem perde mais com a emenda Ibsen?

O meio ambiente – 29%
Obras de infraestrutura: 5%
Municípios produtores de petróleo: 15%
Todo o Rio de Janeiro: 51%

Reafirmo que se a emenda Ibsen passar no Congresso e o presidente Lula não vetá-la, os investimentos em meio ambiente praticamente desaparecerão. Atualmente, dos recursos para o setor, 70% vêm do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam) composto por 5% dos royalties do petróleo recebidos pelo Estado. O Fundo movimenta, todo ano, de 250 milhões de reais a 320 milhões.

Com a emenda Ibsen o meio ambiente só terá 5 milhões por ano. Vai parar o processo de recuperação das lagoas, a despoluição da Baía de Guanabara, da Barra da Tijuca e Jacarepaguá e o fundamental programa de despoluição e recuperação dos rios da Baixada. Lute por esse direito que é seu! Participe da votação na enquete.

publicado por André Lazaroni em 22.4.10 |



quarta-feira, abril 21, 2010


Mais um passo da sustentabilidade. E mais uma vez uma solução prática e eficiente que sai da universidade. As embalagens de cimento usadas, consideradas produtos altamente prejudiciais ao meio ambiente, são aproveitadas na criação de um dos materiais mais utilizados nas próprias construções: o tijolo. Quem desenvolveu isso? Um professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Nacional de Brasília, Márcio Buson. Ele criou um bloco compactado composto por terra, cimento e papel utilizado nas embalagens de cimento, o papel kraft. O novo tijolo passou por testes de resistência a impactos e ao fogo e é apontado por pesquisadores da UnB como uma alternativa de uso na construção civil e de aproveitamento dos sacos de cimento. A professora Maria Rosa Sposto, orientadora da pesquisa, disse que o saco de cimento jogado fora possui substâncias nocivas que contaminam o solo e até o lençol freático.

A fabricação do krafterra, nome dado ao bloco, é composta por cinco etapas. Primeiro os sacos de cimento são limpos para que os resíduos não causem danos ao equipamento. O papel kraft é posto em água e agitado até formar uma polpa de celulose. A sequência também é simples: o excesso de umidade é retirado, a celulose triturada e compactada com o cimento. Márcio Buson utiliza na criação do bloco a técnica semelhante à do bloco de terra compactada (BTC). Esse material é utilizado principalmente na construção de casas populares, por ser mais econômico. O BTC é criado a partir da compactação de uma porção de solo junto a outros aditivos. Sua forma mais popular é o solo-cimento, que consiste numa mistura de 88% de terra e 12% de cimento. A diferença entre o krafterra e o BTC é que parte do cimento, cerca de 6%, é substituída pela fibra de papel kraft. Essa mudança já garante uma economia na fabricação do bloco.

publicado por André Lazaroni em 21.4.10 |



segunda-feira, abril 19, 2010

Estado do Rio tem 98 lixões irregulares - O Globo

publicado por André Lazaroni em 19.4.10 |




Hoje, 19 de abril, é o Dia do Índio. A data exige uma reflexão de todos nós – principalmente dos ambientalistas – sobre os direitos desses brasileiros que tão pouco têm e que são tão pouco olhados pelo nosso processo civilizatório. Neste dia especial, a população indígena que vive na aldeia localizada em Camboinhas, Região Oceânica de Niterói, comemora o resgate de sua cidadania. O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, faz a entrega de certidões de nascimento de nove membros da tribo guarani.

Na certidão consta o nome tupi-guarani da pessoa, antes do nome em português. Uma iniciativa inédita e de resgate da cidadania em nosso estado, e que tem por objetivo preservar a identidade cultural e linguística do povo guarani. Antes, a certidão trazia em primeiro lugar o nome em português do índio.

Outra iniciativa louvável: o Museu Nacional inicia hoje o Curso Básico de Línguas Indígenas Brasileiras com Especial Atenção às Línguas da Família Tupi-Guarani, voltado para quem quer aprender mais sobre questões linguísticas e a sociedade indígena. O curso, gratuito, se estende até o dia 24 de maio, no Departamento de Antropologia, Setor de Linguística, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Quem sabe se ainda dá tempo para novas inscrições. Ligue para o telefone (21) 2568-9642, ramal 205. Informação na Internet: http://www.museunacional.ufrj.br/setorling/ling_ind_ext.htm.

Em 19 de abril de 2003, povos indígenas reunidos em Bertioga, São Paulo, firmaram uma declaração, por iniciativa do grande líder Marcos Terena. Diz ela em seu início: “hoje os povos indígenas estão descobrindo que a luta do índio pela demarcação das terras, pelo respeito à cultura, pelo respeito ao grande Criador, sempre foi uma forma de vida que foi ensinada pelas mulheres, pelos homens e pelos velhos nas nossas aldeias. Mas hoje queremos fazer um Dia do Índio diferente.

Não queremos no dia de hoje falar do governo, porque o governo não fala de nós. Não queremos criticar o governo porque mais importante neste dia é olhar para cada um de vocês e descobrir que juntos estamos construindo uma nova história do Brasil. Por isso, quando cantamos nossas canções, quando dançamos nossas danças, muitas pessoas não entendem. Muitas pessoas pensam que isso significa apenas uma demonstração. Mas quando fazemos isso com nossos velhos, mulheres e crianças, estamos fazendo em homenagem aos peixes, à tartaruga, à arara, à anta, ao milho, à mandioca, à terra e à vida.

O Dia do Índio, a partir de hoje, é o Dia da Consciência Indígena. E isso não depende apenas dos povos indígenas, mas de todos aqueles que querem construir um Brasil melhor, e quando falamos isso, significa que o governo federal não pode fugir da sua responsabilidade de fazer uma política de ação para o respeito à nossa cultura e aos nossos valores. O respeito ao nosso direito sobre a biodiversidade e aos nossos valores econômicos, onde ser rico não significa ter dinheiro no banco, mas ter paz, ter comida, e ter onde viver e até onde morrer. Feliz Dia do Índio e até o próximo ano.”

Feliz Dia do Índio, povos guarani, tupinambá, terena, enfim vocês todos que nos dão exemplos, todos os dias, da arte tão simples, tão bela e tão saudável de viver em harmonia com a natureza.

André Lazaroni.

publicado por André Lazaroni em 19.4.10 |



domingo, abril 18, 2010


O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) adquiriu um supercomputador desenvolvido pela empresa norte-americana Cray Inc., em licitação internacional encerrada no mês passado. Com ele serão geradas previsões de tempo mais confiáveis, com maior prazo de antecedência e de melhor qualidade, ampliando o nível de detalhamento para 5 km na América do Sul e 20 km para todo o globo. Será possível prever eventos extremos com boa confiabilidade, como chuvas intensas, secas, geadas, ondas de calor, entre outros fenômenos atmosféricos. Com este novo recurso computacional, que amplia em 50 vezes a capacidade de processamento no Inpe, será possível implementar uma série de inovações já em curso.

As previsões ambientais e de qualidade do ar também serão beneficiadas, gerando prognósticos de maior resolução, de 15 quilômetros, com até seis dias de antecedência. O Brasil vai melhorar a qualidade de suas previsões meteorológicas e investir no desenvolvimento de cenários climáticos futuros globais e regionais para a América do Sul e outras áreas de interesse, além de sistemas de informação para prevenção de desastres naturais. A compra foi feita com recursos do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

O equipamento permitirá avanços em pesquisa e geração de informações mais confiáveis em várias áreas, entre as quais se destacam:

1. Melhorias na previsão numérica de tempo, nas previsões climáticas sazonais, e de qualidade do ar realizadas operacionalmente pelo Instituto e aumento das atividades associadas de pesquisa e desenvolvimento.

2. Geração de novos conhecimentos científicos e desenvolvimento de pesquisas, produtos e modelagem do sistema climático global, com vistas a prover cenários climáticos futuros que vão orientar políticas públicas de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

3. Aumento da confiabilidade dos prognósticos de eventos meteorológicos e climáticos extremos deflagradores de desastres naturais e desenvolvimento da modelagem dos próprios desastres naturais, como deslizamentos em encostas, inundações e secas.

O novo sistema de supercomputação será instalado no Inpe de Cachoeira Paulista (SP) e será utilizado pelos Centros de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC) e de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do próprio Instituto, além dos grupos de pesquisa, instituições e universidades integrantes da Rede Brasileira de Pesquisa sobre Mudanças Climáticas (Rede Clima) do MCT, do Programa Fapesp de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) para Mudanças Climáticas.

publicado por André Lazaroni em 18.4.10 |



sábado, abril 17, 2010


Os desmatamentos continuam pelo mundo, principalmente nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento. É lá que estão as grandes florestas. Diante disso, Washington Novaes, jornalista brasileiro e autoridade de reconhecimento internacional na defesa do meio ambiente, fez uma pergunta: por onde se poderia avançar na proteção das florestas e da biodiversidade? Ele mesmo responde em um de seus comentários semanais no jornal “O Estado de S. Paulo”:

“Está em curso uma discussão semelhante à que ocorre na área do clima, com muitos especialistas propondo a criação de uma entidade fora do âmbito da ONU, porque nesta as decisões só são tomadas por consenso, e elas não acontecem por causa das divergências entre países-membros. Desde a Rio 92, quando foi criada, a Convenção da Diversidade Biológica está empacada na discussão sobre a soberania dos países detentores da biodiversidade e a repartição de benefícios quando alguma espécie neles pesquisada é transformada em produto industrial patenteado em outro país.”

Washington Novaes fez ainda uma denúncia: “Enquanto não se avança, a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) diz que um terço do 1,9 milhão de espécies já identificadas está em “situação crítica”. Dos 34 “hotspots” (lugares mais ameaçados no mundo), 2 estão no Brasil: Cerrado e Mata Atlântica.”

Em dezembro passado, fui membro da delegação brasileira à COP-15, Reunião do Clima de Copenhague, na condição de observador parlamentar da Alerj. Dos eventos em que tomei parte e do que assisti nas reuniões entre chefes de estado e de governo, vi muita discussão, palavrório e nenhuma decisão. O mundo saiu frustrado da Dinamarca, apesar do bom papel desempenhado pelo presidente Lula e alguns de seus parceiros de outros países.

A assinatura de um novo acordo que substitua o Tratado de Kyoto ficou para a reunião do México, em novembro e dezembro deste ano. Teremos novidades? Duvido. Os países-membros da ONU – para usar uma linguagem popular – só discutem abobrinhas e jogam os problemas para uma nova reunião...

publicado por André Lazaroni em 17.4.10 |



sexta-feira, abril 16, 2010


Cultura e diversidade biológica na Internet. Bom para todos! Mais de 2.000 obras raras sobre a biodiversidade serão digitalizadas e disponibilizadas na grande rede, nos próximos quatro anos. Um projeto vai tornar acessível ao público a leitura de vários títulos, principalmente de obras escritas nos séculos XVIII e XIX, que constam dos principais acervos do Brasil. As primeiras 200 obras devem ser digitalizadas já em 2010.

O projeto “Digitalização e Publicação Online de Coleção de Obras Raras Essenciais em Biodiversidade das Bibliotecas Brasileiras” faz parte de uma iniciativa nacional mais abrangente, a Biblioteca Virtual em Biodiversidade e Meio Ambiente, que conta com a participação do Ministério do Meio Ambiente, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Associação Memória Naturalis, Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) e Centro Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme/OMS).

A iniciativa tão valiosa para a cultura e a memória brasileiras, tem um custo pequeno, se dimensionada a sua importância: um milhão e 800 mil reais, valor que inclui a digitalização das 2.000 obras e a criação de laboratórios de digitalização em São Paulo, Belém e no Rio de Janeiro, além de um equipamento móvel. O projeto tem o objetivo geral de contribuir para o fortalecimento e desenvolvimento da infraestrutura de informação e comunicação científica em biodiversidade e meio ambiente, e terá parcerias com iniciativas internacionais semelhantes.

A “Digitalização e Publicação Online de Coleção de Obras Raras Essenciais em Biodiversidade das Bibliotecas Brasileiras” vai também resgatar, tratar, disseminar e preservar o conhecimento referente ao estudo da biodiversidade brasileira, democratizando e facilitando seu uso em pesquisa, educação e gestão de políticas públicas. As obras serão digitalizadas e operadas online no Portal de Obras Raras Essenciais em Biodiversidade, ainda em fase de construção.

Fazem parte do comitê consultivo instituições que contêm os maiores acervos relacionados ao tema do Brasil: Biblioteca do Instituto de Biociências da USP, Biblioteca do Instituto de Botânica do Estado de São Paulo, Biblioteca do Instituto Oswaldo Cruz, Biblioteca do Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Biblioteca do Ministério do Planejamento, Biblioteca do Museu Nacional do Rio de Janeiro, Biblioteca do Museu Paraense Emílio Goeldi e Biblioteca do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo.

publicado por André Lazaroni em 16.4.10 |



quinta-feira, abril 15, 2010


Uma decisão histórica para o ambientalismo no estado do Rio de Janeiro. Conforme antecipei, o governador Sérgio Cabral assinou, ontem (14/04), a Lei Estadual sobre Mudança do Clima, que estabelece objetivos, diretrizes e instrumentos aplicáveis para alcançar a estabilização das concentrações de gases de efeito estufa na atmosfera. Na ocasião, o governador disse: “nestes três anos de governo conseguimos desenvolver muitas áreas. Avançamos na questão do saneamento básico. Temos oito novas elevatórias da Cedae. Isso é um aumento significativo. A Fundação Getúlio Vargas garante que o Rio de Janeiro é o primeiro estado do Brasil em crescimento no tratamento de esgoto. Com a lei estaremos fazendo mudanças de hábito, cultura e padrões civilizatórios em todos os nossos municípios.”

Presença significativa na cerimônia realizada no Palácio Guanabara: a cientista brasileira Suzana Kanh, Prêmio Nobel de 2007, como integrante do Grupo de Trabalho III do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC), da ONU. A lei vai promover a redução das emissões de gases de efeito estufa a níveis que impeçam interferências antrópicas perigosas no sistema climático, em prazo que permita aos ecossistemas uma adaptação natural às mudanças, além de assegurar que não haja ameaças à produção de alimentos e que não se comprometa o desenvolvimento econômico sustentável no estado.

O governador informou que, neste ano, através do aumento da lei do ICMS Verde, todas as regiões do estado receberão cerca de R$ 93 milhões e que se encontram em andamento oito projetos de aterros sanitários envolvendo 40 municípios, com a meta de solucionar grande parte dos problemas relacionados aos resíduos em todo o estado. Outra boa nova: o Rio de Janeiro receberá mais R$ 5 bilhões e 300 milhões do Programa de Ajuste Fiscal (PAF), do governo federal, recursos que serão investidos principalmente em habitação, saneamento e transporte.

A secretária estadual do Ambiente, Marilene Ramos fez uma feliz declaração, quando o governador assinou a Lei Estadual sobre Mudança do Clima: “temos que olhar para o futuro da humanidade. Este é um sinal de que a esperança não está perdida. Através da lei, o governo do estado dá o seu exemplo de responsabilidade. Esta discussão está apenas iniciando em todos os setores para mostrar que esta é uma política para todos. Precisamos desenvolver o estado e a área ambiental que nele existe.”

publicado por André Lazaroni em 15.4.10 |



quarta-feira, abril 14, 2010


Os professores paulistas Walter Katsumi Sakamoto e Maria Aparecida Zaghete Bertochi desenvolveram um trabalho revolucionário: criaram a “passagem iluminada”, uma barra cerâmica que, embutida no asfalto, estimula o material e produz energia. Essa, por sua vez, alimenta a iluminação de placas e dos semáforos da própria rua ou estrada. A “passagem iluminada” é apenas uma das possíveis aplicações de uma pesquisa feita na Universidade Estadual Paulista (Unesp) que visa ao desenvolvimento de um sistema de aproveitamento da energia piezoelétrica, isto é, gerada por pressão.

O professor Walter Katsumi Sakamoto, do Departamento de Física e Química da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, utilizou sua experiência na construção de sensores de radiação e de umidade de solo para elaborar dispositivos piezoelétricos. As tecnologias têm em comum a utilização de compósitos cerâmicos nanométricos em formato de filmes. O pesquisador importava alguns desses materiais, como o polifluoreto de vinilideno (PVDF), o poliéter-éter-cetona (PEEK) e o titanato zirconato de chumbo (PZT).

Para desenvolver o sensor piezoelétrico, Sakamoto decidiu encontrar similares nacionais. Em parceria com a professora Maria Aparecida Zaghete Bertochi, do Departamento de Química Tecnológica da Unesp, em Araraquara, ele desenvolveu um material que apresentou boa dispersão no polímero e encontrou o tamanho e a dispersão ideal das partículas. Bons resultados foram obtidos pela produção de nanopartículas de PZT preparadas por processo químico. A fim de obter o material, o grupo de Araraquara desenvolveu um novo método de síntese para a cerâmica.

O professor Sakamoto é muito otimista. Ele acredita que, brevemente, shopping centers poderão utilizar pisos especiais que transformarão os passos dos frequentadores em energia para iluminar os corredores. Algumas estações de metrô no Japão já utilizam pisos desse tipo.

publicado por André Lazaroni em 14.4.10 |



segunda-feira, abril 12, 2010


Iniciativa oportuna e que foi tomada há meses, antes, portanto, dos desastres ambientais de agora. O governo do estado aprovou, dentro do Fundo Estadual de Conservação Ambiental, recursos da ordem de R$ 8 milhões para organizar, juntamente com o DRM, PUC e Coope/UFRJ, um serviço de risco geológico que vai mapear 21 municípios com áreas de risco evidentes. Esse importante plano de trabalho será feito em curto prazo. Segundo a Secretaria do Ambiente, a partir deste estudo serão traçadas as áreas em escala municipal e as informações remetidas ao governador e prefeitos.

Um trabalho preventivo já vem sendo feito há mais de três anos pela secretaria. É o programa Limpa Rio que ajudou a evitar uma catástrofe ainda maior, como as registradas pelas chuvas dos últimos dias. O Limpa Rio esteve presente, somente em 2009, em 45 municípios e retirou cerca de dois milhões metros cúbicos de lixo e lama de rios.

Vale lembrar que a ocupação do solo é de responsabilidade municipal. Palavras da secretária do Ambiente, Marilene Ramos: “na Baixada Fluminense retiramos outros dois milhões de metros cúbicos de lixo e lama. Eu tenho recebido relatos de prefeitos sobre a importância desse trabalho e do quanto ele ajudou a amenizar os problemas em relação às chuvas”.

As equipes do programa Limpa Rio constaram problemas em muitos pontos críticos. Técnicos e trabalhadores ainda estão atuando em Seropédica, Maricá, Saquarema, Araruama, Cachoeira de Macacu e em todo entorno de Niterói. A questão das encostas é, hoje, a mais crítica que o Limpa Rio enfrenta.

Em relação a Niterói, cidade mais atingida pelas chuvas, a secretária do Ambiente disse ser inaceitável que uma comunidade inteira se instale sobre um lixão. O tipo material numa encosta, com o passar do tempo, fica naturalmente degradado, dissolvendo-se, gerando o chorume e o gás metano e criando uma situação de muita gravidade e perigo. O solo, com isso, se dissolve e se transforma totalmente em um líquido perigoso e permanente.

publicado por André Lazaroni em 12.4.10 |



domingo, abril 11, 2010


O Instituto de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e o Centro Helmholtz para Pesquisa Ambiental (UFZ), da Alemanha, fizeram um estudo científico que mostra que, depois que sofre fragmentação, a Mata Atlântica passa a absorver menos carbono da atmosfera. No trabalho de campo, brasileiros e alemães simularam a evolução de trechos da mata por até 400 anos e a compararam com a de áreas florestais mais extensas.

Hoje, um terço da Mata Atlântica está preservado em fragmentos de até 100 hectares. A distância média entre eles é de um quilômetro e 400 metros. Bem fundamentados trabalhos da Fundação SOS Mata Atlântica indicam que o bioma cobria originalmente 1.300.000 quilômetros quadrados (km²), englobando 17 estados brasileiros, mais porções do Paraguai e Argentina. Com a destruição, sobraram cerca de 20% da cobertura original.

A redução da absorção de carbono reflete-se no “peso” da floresta. A Mata Atlântica intocada contém 250 toneladas de biomassa por hectare (ha). Os pesquisadores do Instituto de Biociências da USP e do UFZ descobriram que fragmentos de 100 ha, depois de 100 anos, terão 228 toneladas de biomassa por hectare, 8,8% menos.

Já um fragmento de um hectare tem uma redução de 44%, com apenas 140 toneladas de biomassa por ha. Fragmentos com biomassa menor também têm menor variedade de espécies, pois possuem menos recursos para alimentar a fauna e menos ambientes onde animais possam habitar.

Uma frase do professor Jean Paul Metzger, do Instituto de Biociências, define o quatro atual da Mata Atlântica: “fragmentada, a mata é como uma criança doente, que não consegue engordar. Se a floresta não está bem, o acúmulo de gás carbônico é incompleto”.

A biomassa diminui nas áreas fragmentadas porque elas sofrem mais com as perturbações que acontecem nas bordas da mata. Nessas regiões, chega mais luz e vento e há maior perturbação externa, como pisoteamento pelo gado e entrada de fogo.

As árvores maiores acabam morrendo e são substituídas por espécies que conseguem sobreviver nessas condições. Essas plantas, chamadas pioneiras, absorvem menos carbono, têm menor biomassa e morrem mais rápido.

publicado por André Lazaroni em 11.4.10 |



sábado, abril 10, 2010


Tristeza ainda para nós do estado do Rio, que pouco nos recuperamos do impacto da tragédia ambiental prolongada, alegria neste sábado para o Brasil. O Projeto Tamar, instituição tão admirável, festeja seus 30 anos de bela e decidida ação em defesa da fauna marinha! Em comemoração às três décadas, as 23 bases de pesquisa existentes em nove estados brasileiros fazem, às 16h30m deste sábado, a soltura simultânea de filhotes e de tartarugas adultas resgatadas e tratadas pelas suas diversas equipes. Iniciado no Rio Grande do Sul, o Tamar alcançou, entre 2009 e 2010, a marca de 10 milhões de filhotes nascidos sob sua proteção.

O projeto nasceu no final dos anos 70, quando ainda não havia trabalhos de conservação da vida marinha no Brasil. As tartarugas integravam a lista das espécies ameaçadas de extinção. O ciclo de vida complexo e longo, associado à pesca acidental e à captura de fêmeas e ovos, faziam com que as populações das cinco espécies encontradas no Brasil sofressem uma diminuição drástica.

No litoral do Ceará existem áreas onde as tartarugas buscam alimentação e desenvolvimento. Na base localizada na Praia de Almofala, no município de Itarema, hoje será solta uma tartaruga que, há quatro meses, ficou encalhada na Praia do Futuro, em Fortaleza. O animal foi recolhido pelo Centro de Triagem de Animais Silvestres, do Ibama, que o repassou para tratamento e reabilitação na base.

O Ceará recebe tartarugas marinhas vindas da América Central e da África. Lá elas ficam de dois a três anos para se desenvolver. Um fato interessante: como as tartarugas atingem a maturidade sexual por volta dos 30 anos, os filhotes nascidos este ano fazem parte da segunda geração, filhos dos primeiros filhotes cujo ciclo foi garantido pela intervenção do Tamar. Existem hoje bases nos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.

Além de trabalhar com pesquisa, conservação e manejo das cinco espécies de tartarugas, o Tamar busca promover a conscientização ambiental. O resultado é que cada ano, cerca de 20 mil ninhos são protegidos, gerando aproximadamente um milhão de filhotes/ano. Desde o início, as ações de conservação promovem também o envolvimento das comunidades litorâneas.

Para tanto, foi decisivo o fomento de alternativas econômicas sustentáveis que gerassem renda e serviços diretos para cerca de 1.300 pessoas das populações costeiras, proporcionando melhorias na qualidade de vida.

Com isso, os pescadores, que antes concorriam para o desaparecimento das espécies, passaram a atuar também como agentes de preservação, ajudando as equipes a preservar os locais de desova e alertando quando uma tartaruga fica encalhada na praia.

publicado por André Lazaroni em 10.4.10 |



sexta-feira, abril 09, 2010


Vamos aprender com nós mesmos e criar de vez uma política nacional para evitar a ocorrência de desastres e tragédias em nossas cidades e os graves danos ao meio ambiente? Com setores e órgãos como Defesa Civil trabalhando com verbas extraordinárias próprias e "carimbadas"? Em 1966, aqui no estado do Rio, terríveis inundações, deslizamentos de encostas e desabamentos causaram 1.200 mortos e 46 mil desabrigados, o que levou o governo da então Guanabara a baixar decreto criando a Comissão Estadual de Defesa Civil, órgão pioneiro no Brasil. Nascia a defesa civil que logo se multiplicou pelo país. Quanto essa instituição não fez por nós? Quantas vidas ela salvou? Quantas mortes e tragédias ela evitou?

Vamos aprender de novo com a tragédia de hoje e com tantas tragédias brasileiras? De Santa Catarina, de São Paulo, de Angra dos Reis e Ilha Grande? Vamos criar um órgão técnico a exemplo dos que existem no Japão, na Holanda e outros países que convivem permanentemente com a ameaça de terremotos e inundações? Um órgão que seja independente e livre de injunções político-partidárias-eleitoreiras? Um órgão integrado pelas defesas civis nacional, estaduais e municipais? E que seja ainda integrado por universidades, institutos especializados, geólogos, geógrafos, engenheiros, arquitetos, outros estudiosos, Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional de Meteorologia, DRMs, Geo-Rio e afins de todo o Brasil?

Esta é uma das minhas lutas como parlamentar e como militante ambientalista. A defesa da vida e a defesa do ambiente devem ser prioridades totais. Não há mais tempo a perder. O Brasil tem que caminhar nesse sentido.

Quero lembrar ainda que na segunda edição do meu livro “Defenda-se” escrevi um capítulo especial contando a história da defesa civil. Vale a pena conhecê-la em detalhes. O livro pode ser conhecido com o acesso ao meu site. Outra lembrança: se você quiser conhecer informações detalhadas sobre a ocorrência de terremotos e de como agir nessa emergência... em português, acesse ih-osaka.or.jp. Você terá dicas preciosas e valiosas em português claro, singelo e direto. Leia lá as “Informações para sua vida em Osaka”. O site também pode ser lido em inglês, espanhol, japonês, chinês e coreano.

Hoje, com o apoio da internet, podemos também aprender muito com esse site e com milhares de outros veículos de comunicação, fora as mídias sociais, cada vez mais presentes na nossa vida.

publicado por André Lazaroni em 9.4.10 |



quinta-feira, abril 08, 2010


Vamos ler algumas palavras lógicas, sensatas e de bom senso sobre a nossa realidade de hoje. Não são palavras inéditas. Elas já foram ditas por outros estudiosos e especialistas. Mas são bem apropriadas para este dia. O ex-presidente do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea) e membro da Academia Pan-Americana de Engenharia, Wilson Lang, fez um alerta para a necessidade de o estado do Rio de Janeiro ter políticas públicas preventivas para evitar graves conseqüências quando ocorrem chuvas em grande volume.

Segundo o especialista, em entrevista à Agência Brasil, o Brasil precisa levar em conta que a chuva é um componente natural como são os terremotos em outros pontos do planeta. Por isso, é necessário todo cuidado com a prevenção. A questão é nacional, não é do Rio de Janeiro. O Brasil tem que se conscientizar de que a engenharia tem a solução para o grave problema. Com certeza, disse o pesquisador, o que o estado paga por conta das tragédias teria resolvido tecnicamente todos os problemas e nós não teríamos que correr atrás deles.

No mundo desenvolvido, fazem-se os investimentos antes, para proteger a vida, e não para chorar as mortes depois, afirmou Wilson Lang. Ele apontou três quesitos a serem levados em consideração na tomada de decisões preventivas: primeiro - a questão da moradia segura, que só será possível quando não houver habitações em encostas.

Segundo quesito - o princípio do sistema de drenagem urbana. Os bueiros precisam ser limpos e a população se conscientizar da importância de não jogar lixo nas ruas. Terceiro quesito – dotar a região de um sistema de alerta meteorológico que preveja também a quantidade de chuva e não apenas se vai ou não chover.

publicado por André Lazaroni em 8.4.10 |



quarta-feira, abril 07, 2010


No dia 2 de janeiro, um sábado, escrevi comentário iniciado com as quatro palavras: dor, luto, lamento, pêsames. Eu afirmava: “todos temos o mesmo sentimento de tristeza trazido pela tragédia ambiental que se abateu sobre o Estado do Rio e o sudeste brasileiro, nos últimos dias de 2009 e nas primeiras horas de 2010. O momento é de reflexão e de aumentar o nosso esforço em defesa de um meio ambiente sustentável e sem riscos. Lamento o sofrimento das dezenas e dezenas de famílias em meu nome, em nome de meus familiares e dos meus milhares de amigos e companheiros de luta ambiental.”

Tão pouco tempo depois, chuva de proporções catastróficas – como não se via há décadas – iniciada no fim da tarde de segunda-feira, no Rio, matou em poucas horas mais de cem pessoas. Novos óbitos se registraram e se registram com o passar das horas. O geólogo Paulo Morais, professor da Pontifícia Universidade de São Paulo, lembrou que o total de vítimas em um só dia, no Rio, superou o número de mortos em quatro meses de tragédias localizadas no estado de São Paulo.

O que dizer? Vamos repetir as palavras do sambista e repetir também como os cariocas e fluminenses dizem com o seu pragmatismo de todas as horas: levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima. A hora da reconstrução começou no exato momento em que caiu a primeira gota de chuva. Em honra à memória dos que se foram e em honra aos que virão nos dias de amanhã, vamos trabalhar pelo Rio e pelas cidades-irmãs que foram tão duramente castigadas.

Temos, neste momento de dor e lamento, dois outros fortes apoios como ajuda: a próxima realização da Copa do Mundo, em 2014, e a não distante realização dos Jogos Olímpicos, em 2016. O Rio de Janeiro tem que se preparar para a realização desses dois megaeventos internacionais. São compromissos internacionais que não podem ser adiados ou minimizados. Por isso, muito haverá de ser feito na nossa querida Cidade Maravilhosa, certamente diminuindo também as ameaças de catástrofes como as de agora.

Aqui deverão ser feitas obras de infraestrutura de grande porte, incluindo urbanizações ditadas pela defesa do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável, como as que nós, ambientalistas, temos pregado há décadas. Este também é o momento de se dar voz e poder a instituições como a Fundação Geo-Rio, antigo Instituto Geotécnico do Município do Rio de Janeiro e o Departamento de Recursos Minerais (DRM-RJ), para atuarem no monitoramento de riscos de deslizamentos de encostas em todo o estado. Técnicos e cientistas dessas e de outras entidades estão muito bem preparados para traçar um novo rumo para o nosso destino, livrando-nos em grande parte de tanto luto e tantos pêsames.

Assim vai ser. Vamos acreditar, ter essa esperança. Por certo, daqui a pouco a gente vai se lembrar dos versos do poeta maior Carlos Drummond de Andrade, tão mineiro e tão carioca:



“A gente passa, a gente olha,

a gente para e se extasia.
Que aconteceu com esta cidade
da noite para o dia?
O Rio de Janeiro virou flor
nas praças, nos jardins dos edifícios,
no Parque do Flamengo nem se fala:
é flor é flor é flor,
uma soberba flor por sobre todas,
e a ela rendo meu tributo apaixonado.”



Pela transcrição dos versos e pela esperança, André Lazaroni.

publicado por André Lazaroni em 7.4.10 |



terça-feira, abril 06, 2010



Como não poderia deixar de ser, estou satisfeito com o trabalho da minha equipe da Comissão de Defesa do Meio Ambiente da Alerj, que preparou bem o cenário e o clima da audiência pública de amanhã, às 19h, em Barra Mansa. Como tenho afirmado, vamos cobrar as medidas compensatórias por parte de empresas que cometeram crimes ambientais às margens do Rio Paraíba do Sul. A audiência será no auditório da Universidade de Barra Mansa, na Rua Vereador Pinho Carvalho, 267, Centro.
Vou presidir um ato que vai centrar a atenção para o caso da empresa Servatis, que há mais de um ano cometeu o maior acidente ambiental no rio, com vazamento de mais de 10 mil litros de agrotóxico. Autoridades, ambientalistas e moradores de Barra Mansa e de toda a região por onde passa o Rio Paraíba do Sul foram convidados para a audiência pública. Cartazes e faixas foram afixados em locais estratégicos. A convocação está na entrada do Centro de Barra Mansa, junto à placa do Restaurante Popular, na antiga Rodoviário e em diversos outros pontos. O Beto Farah e os demais companheiros estão de parabéns. A população tem que ir defender seus direitos. A hora é essa!

publicado por André Lazaroni em 6.4.10 |



segunda-feira, abril 05, 2010


O que está acontecendo antes do que se pensava. O engenheiro Aroldo Cangussu, colaborador do EcoDebate, informa que já se registra conflito pela posse de água em um dos rios da bacia hidrográfica do norte mineiro. A região apresenta déficit hídrico, pois chove pouco e concentrado em apenas três meses do ano. A maioria dos rios e córregos não é perene. Eles secam durante a estiagem e, por isso, as prefeituras têm que se valer de carros pipas para atender a população em algumas áreas rurais. O que antes era pacífico e visto como fatalidade da natureza passou a mudar de figura no município de Mato Verde.

Quase não se tinha notícias da existência de conflitos pelo uso da água, talvez pelo caráter pacífico e solidário do povo da região. Agora, porém, algo está mudando. Infelizmente, já se apresenta um conflito localizado em um dos rios. Em Mato Verde existe um barramento no Rio Garipau, pertencente à bacia do Rio Gorutuba, de onde é feita uma captação com onze derivações para abastecimento humano de algumas comunidades. Essa captação ocorre há mais de 34 anos e, através de ramais secundários, atende aproximadamente duas mil famílias no município.

Entretanto, pessoas de má-fé conseguiram uma certidão de uso insignificante junto aos órgãos ambientais do estado de Minas e iniciaram uma obra de instalação de tubulações para captação de água à montante do barramento, denominado Barragem Catolé. O fato gerou conflito, pois as comunidades que já fazem o uso dessa água, à jusante da barragem, reclamaram que, no período de estiagem, poderiam vir a ter falta de abastecimento. A prefeitura de Mato Verde agiu rapidamente para solucionar o problema. Procurou o órgão gestor de recursos hídricos do Estado, o IGAM, que orientou a prefeita para providenciar a legalização ambiental dos atuais usuários de Mato Verde.

No caso, o processo de outorga coletiva é o procedimento a ser adotado imediatamente e, para isto, se faz necessário providenciar a Declaração de Área de Conflito – DAC. Para surpresa, essa declaração já existia desde 2006 e o processo de outorga coletiva pode ser formalizado. Outra providência já tomada foi o cancelamento da certidão de uso insignificante obtida pelas pessoas estranhas que estavam tentando retirar água à montante da captação atual. Pela gravidade, e objetivando evitar outro exemplo como o registrado, o assunto foi levado também para a Comissão da Bacia do Rio Gorutuba, que é a instância adequada para a administração desse tipo de conflito. As autoridades de Minas Gerais estão atentas, para coibir a repetição do caso.

publicado por André Lazaroni em 5.4.10 |



quinta-feira, abril 01, 2010


Boa iniciativa, bom exemplo. Foi realizada, com sucesso, a primeira oficina para implantação da coleta seletiva solidária nas escolas estaduais do estado, parceria da Secretaria do Ambiente, Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). Cerca de 100 escolas se inscreveram para esta etapa. A oficina atende ao Decreto 40.645/07, que institui a separação dos resíduos recicláveis nos órgãos e entidades da administração pública estadual e a sua destinação às associações e cooperativas de catadores de materiais recicláveis.

Além disso, tem como objetivo a implantação da coleta seletiva solidária, a melhoria da gestão dos resíduos sólidos urbanos no Estado do Rio, o fortalecimento da cadeia produtiva da reciclagem e a valorização e inclusão social dos catadores de materiais recicláveis. O programa está inserido no Plano Estadual de Gestão de Resíduos Sólidos (PEGIRS) e atua integrado aos programas Nas Ondas do Ambiente e Curso de Educação Ambiental e Agenda 21 Escolar: Formando Elos de Cidadania a Distância.

publicado por André Lazaroni em 1.4.10 |




Sobre este Blog
Blog do Deputado Estadual. Opine, vamos fazer o meio ambiente ser preservado
 
 
Últimos Posts
Arquivos
 
Amazônia Azul

faça o download do PDF



Powered by Blogger